terça-feira, 18 de novembro de 2008

Cena 11 e Ballet de I’Opéra de Lyon

Bom, o contemporâneo é considerado tudo aquilo que é novo. Uma linguagem mais solta que possibilita inovações- o que dificulta descrever a dança contemporânea.

Mês passado assisti a dois espetáculos de dança contemporânea. O primeiro no Sesc de São Paulo – da companhia Cena 11- e o outro no Teatro Alfa, também em São Paulo – do Ballet de I’Opéra de Lyon.


O espetáculo da Cena 11 era uma parceria com a companhia Impure Company da Noruega, o tema se baseava em “Consentimento, ocupação e formas de dizer não”. Acho que a apresentação foi tipicamente contemporânea – ainda que a expressão seja muito vaga. 14 bailarinos integravam o espetáculo e cada um apresentou um solo. Pelo que entendi cada um coreografou sua própria performance tentando expressar seu ponto de vista sobre o tema. As ações variavam em andar de costas, rodar de joelhos no chão, alisar o chão com os dedos, e coisas do gênero.



O outro espetáculo da companhia francesa “Ballet de I’Opéra de Lyon” demonstrou um estilo completamente diferente. A apresentação contou com técnica clássica e também com movimentos de ballet moderno e inovações, caracterizando um estilo contemporâneo particular. Foram apresentadas três coreografias: ‘Bella Figura’, com 9 bailarinos, ‘duo’, com duas bailarinas, e ‘Sinfonia dos Salmos’, com 16 bailarinos. As coreografias são repertórios criados em 1995, 1996 e 1978, respectivamente.

A diferença entre ambas a companhias foi ‘gritante’. A primeira representou o contemporâneo de pesquisa e inovador, a segunda, ainda que inovadora, deu valor à linha dos movimentos e técnicas da dança.

Não cabe a mim avaliar os espetáculos mas devo dizer que me agrada muito mais– e digo realmente muito- o ‘Ballet de I’Opéra de Lyon’. Ainda que as inovações da dança permita qualquer coisa, me agrada muito apreciar linhas e movimentações que desenham quase que um poema no palco. Principalmente quando a movimentação também possui uma pesquisa por trás e te transmite um recado ou simplesmente te desperta sensações. De fato me impressionei com a companhia francesa e me decepcionei um pouco com esse espetáculo da Cena 11, que sempre surpreende com suas performances incríveis.


Foto 1: Cia. Cena 11 (Pequenas frestas de ficção sobre realidade insistente - bailarino:Anderson João - foto: Gilson Camargo)

Foto 2: Ballet de I’Opéra de Lyon (coreografia Symphonie de Psaumes - fotógrafo desconhecido)

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