terça-feira, 27 de novembro de 2007

Trabalho de Teoria do Jornalismo

Esse texto está - sutilmente falando - bem ruim. Foi a primeira produção de texto da disciplina, uma tentativa de crônica produzida em aula.
Não estou postando porque gostei do resultado, mas porque o tema é bacana para o blog.
Teoria do Jornalismo
1º Semestre - 2007


Nossa! Estou lutando com as minhas pálpebras, minha boca não para de abrir e minha cabeça parece ceder à lei da gravidade, pendendo de um lado para outro. Engraçado, lembrei-me de uma amiga. Ela sofre de insônia, no fim de semana passado fomos assistir um espetáculo da Ana Botafogo, não houve mais nada que a fizesse dormir tão facilmente. Entre as centenas de pessoas que ocupavam cadeiras na platéia inúmeras bocejavam ou se distraiam, mas no final, claro, as palmas foram ensurdecedoras, afinal ela é Ana Botafogo. Os comentários posteriores defendiam que ela não havia feito nada de mais. E eu me perguntei: Nada de mais? Ela está beirando os sessenta e não fez nada de mais? Ela simplesmente manteve a versão original do repertório, o problema é que hoje, no mundo da dança existe uma competição para ver quem vira mais piruetas, quem gira mais piruetas ou qual ‘developed’ é mais alto. Não existe mais a valorização da arte em si, é preciso inovar, pois nesse mundo globalizado que muda constantemente é necessário estar atualizado, a velocidade de transformações é enorme, e pode ser vista nas tecnologias dos equipamentos de hoje.
Não há nenhum grupo que satirize melhor os ballets de repertório do que o Ballet Trockadero, que virá ao Brasil no final do ano. Eles, que são homens fazendo papéis femininos usando sapatilhas de ponta, produzem um espetáculo que além de contar com muita técnica contém um conteúdo humorístico e relaxante incrível. Não tenho nada de mal para dizer deles, muito pelo contrário, adoro os espetáculos e acho a idéia sensacional, porém por trás disso existe uma pitada de desanimo. Essa é a única maneira de levar a arte a todos os públicos, que de fato já não se interessam por aquela arte “antiquadra”.
Aliás, quem faz isso, ou devo dizer, fazia isso muito bem é Luciano Pavarotti. Ele sim conseguiu levar a ópera ao público fora da ópera. Agora, enfim, ele poderá levar a ópera até o céu, ou para outra vida, enfim, não vem ao caso discutir sobre crenças religiosas. O fato é que lá em cima a coisa vai ficar mais lírica e, com isso, os anjos estarão olhando mais por nós.
Mas será mesmo? Bem, como poso eu, pobre mortal discutir sobre o gosto dos anjos. Antes, talvez, até poderia, mas hoje, com o passo que anda a cultura, acho que não. Creio que após conhecerem os ‘Mamonas Assassinas’ e ouvir de forma humorística e, se me permite dizer, genial a futilidade conformista do nosso povo o pessoal lá de cima já não esteja mais triste e desanimado com a situação deplorável em que o mundo se encontra, quem sabe eles não estariam no clima de alegoria e resolveram comemorar o carnaval no começo de cada ano também.
E, por falar em alegoria, a situação por lá vai ficar no mínimo engraçada. De duas uma: Ou Pavarotti e Mamonas travarão debates intermináveis sobre suas diferenças e semelhanças, até arrancarem seus cabelos, ou, então vão se juntar e produzir uma obra sensacional. Imagina, um CD desses renderia um disco de platina na primeira semana de venda; Gugu e Faustão iriam ter que brigar para saber em que programa ocorreria a entrega.
Mas, deixemos o mundo imaginário de lado, temos que nos contentar com a “Quebra Barraco” que estoura nas paradas. Afinal, essa sim jamais produziria um dueto com Chico Buarque, que, com suas maravilhosas composições, perpetuou, no passado suas musicas. Apesar de que, até essas, perpetuadas, vêm se apagando, juntamente com o lindo e sedutor brilho dos seus olhos, ao passar do tempo.

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